Wellington Campos
Em 1993 estava com a Seleção Brasileira nos Estados Unidos para a cobertura da US Cup, torneio teste da Copa do Mundo de 94, que mais tarde a FIFA chamou de Copa das Confederações. Dias antes do início da competição os jornais americanos trataram de ensinar as regras do “soccer” e na estreia do Brasil não só explicaram a paixão dos brasileiros pela feijoada como também deram a receita desse suculento feijão. Durante o mundial do ano seguinte eu e Eraldo Leite, da Rádio Globo, fomos almoçar num restaurante de brasileiros que oferecia o apetitoso prato, que do jeito americano ficou sendo um feijão preto com caldo grosso e alguns pedaços de linguiça paio, arroz branco e couve. Por eles pagamos cada um vinte dólares, cerca de 50 reais. Pagamos sem reclamar.
A feijoada da Portela, em Osvaldo Cruz, acontece todo primeiro sábado do mês. No Hotel Guanabara no centro do Rio é servida as sextas com refresquera de caipirinha, em Minas Gerais a tradicional é degustada aos sábados e assim por diante vamos saboreando um pezinho de porco, orelha, carne seca e se for ao Nordeste ainda leva abóbora, chuchu, quiabo e outros. Sai feijoada de todos os tipos por ai a fora.
Atendo o telefone e do outro lado é o amigo jornalista Silvio Barsetti, talentoso e apaixonado torcedor com a boa nova – a feijoada do América todo segundo sábado do mês na sede nobre do clube na Rua Campos Salles, 118, na Tijuca. Convite feito para a próxima que será no terceiro sábado de abril devido a Páscoa foi buscar mais informações sobre o rega-bofe. Não os ingredientes culinários, mas o apetite social do evento. Ninguém melhor que o presidente do clube, o geriatra Dr. Ulisses Salgado, para dar a receita. Antes de tudo reunir a família americana para digerir os acontecimentos da vida do América e depois com o dinheiro arrecadado a finalidade é reforçar o caixa das divisões de base pagando uma passagem de ônibus para os atletas, lanches e frutas para depois dos treinamentos e jogos.
E como sobremesa, será saboreada no próximo dia 25 de março, às 11h, a assinatura da parceria entre Botafogo, América, Federação e Romário em prol do futebol do simpático clube rubro. É aí que se percebe que na mistura das carnes e dos ideais que alimentamos o futuro do futebol. Só assim vamos recuperar um clube de uma história tão bonita, fiel fornecedor de talentos para as mais diversas atividades do esporte, exemplos como Zagallo, Jorginho e Eduzinho só para citar três nomes e não ficar em dívida com a história.
São dignos de elogios e apoio, o inicio dos trabalhos no América do Dr. Ulisses Salgado como também do dentista Mauricio Assunção no Botafogo. Com criatividade e competência vão resgatando o orgulho de seus torcedores. Eles sabem que para se tornar forte é preciso comer muito feijão. Feijão para dar “sangue forte” e fazer a “estrela solitária” brilhar. Nenhum broche de brilhantes vai tirar nosso apetite! E Viva o América!
Justiça desportiva Uol
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